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Carta de agradecimento à ABEC


No “Livro dos Abraços”, de Eduardo Galeano, Santiago Kovakloff leva o filho, Diego, para conhecer o mar, que se encontrava do outro lado das dunas altas. Depois de caminhar longo trajeto, ambos enfim alcançam as alturas de areia, e se deparam com o mar, à frente dos olhos. E foi tanta imensidão que ele transmitia, tanto fulgor, que Diego emudeceu. Quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, ele pediu ao pai: - Pai, me ensina a olhar!

As crianças de pais brasileiros e que residem no exterior precisam, também, “aprender a olhar” o Brasil, em toda a sua potencialidade linguística, social, cultural e artística. Ver o país de origem na grandeza que ele merece, é, contudo, tarefa complexa, difícil de ser contemplada exclusivamente pelo núcleo familiar mais próximo.

No tempo em que residi em Zurique, como cônsul-adjunto do Brasil, entre 2014 e 2018, minha mulher e eu fizemos uma importante escolha para a instrução e o aperfeiçoamento identitário de nossas filhas (Sophia e Deborah): inscrevê-las nas aulas semanais de cultura e língua brasileira da ABEC. Através de um grupo de professoras qualificado e de comprovada excelência profissional, sob a batuta da diretora Arlete de Castro Baumann, a ABEC realiza rol amplo de atividades, que envolvem música, culinária, folclore, artes, entre tantas outras, a fim de que as crianças aprendam a olhar o Brasil para além de um mero ponto na cartografia mundial.

Sou testemunha da importância da ABEC para melhorar a estima e o sentido de dever cívico das crianças brasileiras em relação ao Brasil. Os prêmios que os alunos da associação têm recebido da Secretaria de Educação de Zurique assim o demonstram.

Não tenho palavras para agradecer o comprometimento, a dedicação e o empenho das professoras que ministraram aulas para minhas duas filhas. Estou certo de que, em algum momento do futuro, quando elas escutarem uma cantiga de roda tradicional brasileira, ambas se lembrarão de que aquela melodia doce e envolvente, que se move em círculos pelo tempo, sem a pressa do dia-a-dia, terá chegado aos seus ouvidos por uma professora brasileira, em Zurique, há muito tempo atrás.

Legenda das fotos na ordem em que aparecem:

Primeira foto (arquivo pessoal do autor): Diego Kullmann e família.

Segunda foto (Mônica Stoll): Amyris Michelle Keller, ganhadora do prêmio "Klappentext Wettbewerb" (prêmio entregue no dia 06 de abril de 2016 na Pädagogische Hochschule Zürich) ao lado do cônsul-adjunto Diego Kullmann.

Terceira foto (Mônica Stoll): da esquerda para a direita: Mônica Dürsteler, Sirlene Horst e Diego Kullmann com os alunos da ABEC da escola Limmat.

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